A história que vou contar agora se passou há muitos anos, séculos, num reino muito distante, o condor e o golfinho.
Como disse, a mesma se passou há muito tempo, tempo esse em que vemos essas mesmas personagens disputando seu espaço nem sempre de forma harmônica.
O nosso amigo condor ficava sempre nos ares, nos altos rochedos e sobrevoava todo o reino, mas era triste, tinha uma tristeza profunda, a falta da liberdade, seu espaço era limitado, tinha que ficar sempre lá, sozinho, na imensidão dos ares, pois sabia que se descesse, a descida poderia ser fatal.
Por outro lado, temos o nosso amigo golfinho, tão esperto, tão simpático e corajoso, o único que enfrenta a grande fera dos mares, o nosso amigo sempre ia e vinha para onde queria e tinha por sua vez vários amigos no reino marinho.
Essa liberdade, essa alegria do golfinho causava inveja no condor que não se sentia nem livre e nem alegre, então todos os dias, mesmo correndo risco de morrer, ele descia o mais que possível e atirava pedras ao mar, na esperança de atingi-lo, de feri-lo de alguma forma e qual não era a sua raiva quando percebia que o golfinho não era atingido e aparecia todo o dia na direção em que se encontrava o rochedo do condor e mostrava sua carinha sorridente.
Porém, um dia, as pedras atingiram o golfinho, não da forma como esperava o condor, pois atingiram o mamífero no que ele tinha de mais precioso, seu coração, seus amigos tão caros, começaram a sucumbir, vítimas dos golpes do condor, afinal não eram tão espertos quanto nosso amigo golfinho.
O golfinho então, como não podia chegar até o condor, pois algo que o pássaro ignorava, o golfinho também sofria com a falta de liberdade não podia chegar até ele. O golfinho então manda, entre seus muitos amigos, uma gaivota, pois pensou que não haveria melhor mensageiro, já que ela poderia tranquilamente chegar à superfície da água pegar a sua mensagem e entregá-la lá no céu ao condor.
A mensagem dizia o seguinte: “amigo condor, que prazer tem você em me atingir? O que te faz me odiar tanto assim?”
O condor então lhe responde: “ Na verdade, amigo golfinho, não o odeio, tenho sim inveja de você, da sua liberdade, de poder ir aonde quiser, dos amigos que você tem e eu não, sempre sozinho, no alto deste rochedo. A gaivota leva então a mensagem do condor para o golfinho, que tem como resposta o seguinte:
Amigo condor, entendo a sua situação, a minha também não é nada confortável, senti-me sozinho desde que você afastou todos os meus amigos, a solidão é horrível, concordo contigo, mas me conformo, pois aprendi que cada coisa, cada ser vivo, tem o seu lugar.
O que seria do dia, se não existisse a noite, o que seria do mundo, da vida na Terra se só existissem golfinhos, quem iria embelezar os ares com seus vôos, o mar ficaria congestionado. Já imaginou o caos? Também tenho inveja de você, queria poder voar mas não posso, consigo somente sonhar com as grandes alturas, imaginar como seria a vida lá em cima, mas faço aqui em baixo o melhor que posso com aquilo que me foi dado, e tento, o mais que possível fazer amigos, o que faz com que minha vida se torne menos solitária...
O condor se compadece do sofrimento solitário do golfinho mas não se convence, afinal, para ele sua dor é ainda maior e lhe diz então:
“Amigo golfinho, você não compreende o tamanho da minha dor, meus companheiros todos desapareceram, mortos pelas mãos dos predadores, meus irmãos de outros continentes já não existem mais e meus filhos foram mortos em tenra idade. Sinto-me tão só, além do que não posso nem me aproximar de você correndo o risco de arriscar sua própria vida, afinal seres como você são o que me alimenta, várias vezes já matei minha fome com os cadáveres dos seus amigos. Que desgraçado sou!!!”
Todos esses recados foram mandados incansavelmente pela companheira gaivota, que por anos acompanhou a história desses dois seres, no fundo tão sós. Porém o tempo passou, a gaivota, assim como os outros personagens, envelheceu e foi ficando cada vez mais cansada, quase não conseguindo levar os recados para o condor, nos últimos tempos deixava os recados no seu ninho solitário, o que deixou o grande pássaro entristecido.
Um dia, no auge de sua tristeza, da sua solidão, o condor resolve arriscar-se, voa tão baixo que quase não consegue voltar, no fundo era isso que queria, não queria voltar e nisso, um tubarão com seus dentes enormes tenta atacá-lo, neste momento o condor percebe que não quer morrer, que não quer desistir, mas apavorado, percebe que não conseguirá alçar vôo, ganhar altura a tempo, o tubarão vai atacá-lo, mas eis que nesse momento, o golfinho, percebendo um movimento estranho no mar, descobre o tubarão e o ataca, salvando o condor da morte certa.
O condor, daquele dia em diante tornou-se extremamente grato ao golfinho e à vida que lhe deu uma outra chance, porém sem esquecer que a distância que o separava do golfinho continuava ali.
Resolveu então que daria um novo sentido a sua vida, não se importaria mais com aquilo e viveria o melhor que pudesse, e assim foi, e então ele percebeu que as coisas começaram a mudar para ele, até uns novos amigos começaram a surgir, uma companheira, vieram os filhos, mas todos os dias ele se lembrava do golfinho que lhe salvou a vida e o adorável peixe, também se lembrava dele, com carinho.
Desde então todos os dias o condor, recolhe uma rosa, uma roseira deu flores, próxima ao penhasco, e joga-a ao mar em agradecimento ao golfinho, este por sua vez, todos os dias nada até próximo do rochedo e faz as melhores acrobacias para alegrar ao condor que até sorri, ah, ele sempre leva seus amigos junto com ele.
E assim termina a minha história e uma lição pude tirar dela, se não podemos dar uma solução definitiva para uma situação devemos aprender o melhor possível a conviver com ela.
Como disse, a mesma se passou há muito tempo, tempo esse em que vemos essas mesmas personagens disputando seu espaço nem sempre de forma harmônica.
O nosso amigo condor ficava sempre nos ares, nos altos rochedos e sobrevoava todo o reino, mas era triste, tinha uma tristeza profunda, a falta da liberdade, seu espaço era limitado, tinha que ficar sempre lá, sozinho, na imensidão dos ares, pois sabia que se descesse, a descida poderia ser fatal.
Por outro lado, temos o nosso amigo golfinho, tão esperto, tão simpático e corajoso, o único que enfrenta a grande fera dos mares, o nosso amigo sempre ia e vinha para onde queria e tinha por sua vez vários amigos no reino marinho.
Essa liberdade, essa alegria do golfinho causava inveja no condor que não se sentia nem livre e nem alegre, então todos os dias, mesmo correndo risco de morrer, ele descia o mais que possível e atirava pedras ao mar, na esperança de atingi-lo, de feri-lo de alguma forma e qual não era a sua raiva quando percebia que o golfinho não era atingido e aparecia todo o dia na direção em que se encontrava o rochedo do condor e mostrava sua carinha sorridente.
Porém, um dia, as pedras atingiram o golfinho, não da forma como esperava o condor, pois atingiram o mamífero no que ele tinha de mais precioso, seu coração, seus amigos tão caros, começaram a sucumbir, vítimas dos golpes do condor, afinal não eram tão espertos quanto nosso amigo golfinho.
O golfinho então, como não podia chegar até o condor, pois algo que o pássaro ignorava, o golfinho também sofria com a falta de liberdade não podia chegar até ele. O golfinho então manda, entre seus muitos amigos, uma gaivota, pois pensou que não haveria melhor mensageiro, já que ela poderia tranquilamente chegar à superfície da água pegar a sua mensagem e entregá-la lá no céu ao condor.
A mensagem dizia o seguinte: “amigo condor, que prazer tem você em me atingir? O que te faz me odiar tanto assim?”
O condor então lhe responde: “ Na verdade, amigo golfinho, não o odeio, tenho sim inveja de você, da sua liberdade, de poder ir aonde quiser, dos amigos que você tem e eu não, sempre sozinho, no alto deste rochedo. A gaivota leva então a mensagem do condor para o golfinho, que tem como resposta o seguinte:
Amigo condor, entendo a sua situação, a minha também não é nada confortável, senti-me sozinho desde que você afastou todos os meus amigos, a solidão é horrível, concordo contigo, mas me conformo, pois aprendi que cada coisa, cada ser vivo, tem o seu lugar.
O que seria do dia, se não existisse a noite, o que seria do mundo, da vida na Terra se só existissem golfinhos, quem iria embelezar os ares com seus vôos, o mar ficaria congestionado. Já imaginou o caos? Também tenho inveja de você, queria poder voar mas não posso, consigo somente sonhar com as grandes alturas, imaginar como seria a vida lá em cima, mas faço aqui em baixo o melhor que posso com aquilo que me foi dado, e tento, o mais que possível fazer amigos, o que faz com que minha vida se torne menos solitária...
O condor se compadece do sofrimento solitário do golfinho mas não se convence, afinal, para ele sua dor é ainda maior e lhe diz então:
“Amigo golfinho, você não compreende o tamanho da minha dor, meus companheiros todos desapareceram, mortos pelas mãos dos predadores, meus irmãos de outros continentes já não existem mais e meus filhos foram mortos em tenra idade. Sinto-me tão só, além do que não posso nem me aproximar de você correndo o risco de arriscar sua própria vida, afinal seres como você são o que me alimenta, várias vezes já matei minha fome com os cadáveres dos seus amigos. Que desgraçado sou!!!”
Todos esses recados foram mandados incansavelmente pela companheira gaivota, que por anos acompanhou a história desses dois seres, no fundo tão sós. Porém o tempo passou, a gaivota, assim como os outros personagens, envelheceu e foi ficando cada vez mais cansada, quase não conseguindo levar os recados para o condor, nos últimos tempos deixava os recados no seu ninho solitário, o que deixou o grande pássaro entristecido.
Um dia, no auge de sua tristeza, da sua solidão, o condor resolve arriscar-se, voa tão baixo que quase não consegue voltar, no fundo era isso que queria, não queria voltar e nisso, um tubarão com seus dentes enormes tenta atacá-lo, neste momento o condor percebe que não quer morrer, que não quer desistir, mas apavorado, percebe que não conseguirá alçar vôo, ganhar altura a tempo, o tubarão vai atacá-lo, mas eis que nesse momento, o golfinho, percebendo um movimento estranho no mar, descobre o tubarão e o ataca, salvando o condor da morte certa.
O condor, daquele dia em diante tornou-se extremamente grato ao golfinho e à vida que lhe deu uma outra chance, porém sem esquecer que a distância que o separava do golfinho continuava ali.
Resolveu então que daria um novo sentido a sua vida, não se importaria mais com aquilo e viveria o melhor que pudesse, e assim foi, e então ele percebeu que as coisas começaram a mudar para ele, até uns novos amigos começaram a surgir, uma companheira, vieram os filhos, mas todos os dias ele se lembrava do golfinho que lhe salvou a vida e o adorável peixe, também se lembrava dele, com carinho.
Desde então todos os dias o condor, recolhe uma rosa, uma roseira deu flores, próxima ao penhasco, e joga-a ao mar em agradecimento ao golfinho, este por sua vez, todos os dias nada até próximo do rochedo e faz as melhores acrobacias para alegrar ao condor que até sorri, ah, ele sempre leva seus amigos junto com ele.
E assim termina a minha história e uma lição pude tirar dela, se não podemos dar uma solução definitiva para uma situação devemos aprender o melhor possível a conviver com ela.
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